Recentemente, fui convidado pela Dra. Caroline Magnani para participar de um episódio do podcast "Ecos da Intimidade", onde abordamos um tema de vital importância na saúde feminina: a interação entre saúde mental e libido. Como psiquiatra, acredito profundamente na conexão intrínseca entre o bem-estar emocional e físico, e este tópico ressalta essa relação.
Durante a discussão, exploramos como transtornos mentais como ansiedade, depressão e transtorno afetivo bipolar podem impactar diretamente a libido feminina e, por extensão, a qualidade dos relacionamentos interpessoais.
A interação entre a saúde mental e a libido feminina é complexa e multifacetada. Transtornos mentais não apenas alteram a química cerebral mas também afetam a percepção de intimidade e desejo.
Nossa conversa lançou luz sobre como a saúde mental comprometida pode reduzir significativamente o interesse sexual, um sintoma frequentemente negligenciado nos diagnósticos e tratamentos psiquiátricos convencionais.
Além disso, discutimos como o estigma associado aos transtornos mentais pode ser um grande obstáculo para as mulheres que buscam ajuda.
Muitas evitam buscar tratamento por medo do julgamento ou da incompreensão de suas condições. Isso destaca a necessidade de educação e empatia no tratamento de questões de saúde mental, especialmente aquelas que interagem tão diretamente com aspectos íntimos da vida como a libido.
A discussão começou com a ênfase na afirmação de que "Não existe saúde sem saúde mental", que ressoa especialmente no contexto da saúde sexual. Os transtornos mentais podem levar a uma diminuição do interesse por atividades prazerosas, incluindo aquelas de natureza sexual.
Isso ocorre porque, durante períodos de saúde mental comprometida, como um episódio depressivo, o corpo pode priorizar a sobrevivência sobre o prazer, deixando a libido em segundo plano.
Esta redução não só afeta a autoestima e a satisfação pessoal mas também pode causar tensão em relacionamentos, onde uma parceria saudável depende de uma conexão íntima e reciprocidade emocional e física.
Além do impacto direto na libido, transtornos mentais podem causar ondas de efeito em todo o tecido dos relacionamentos.
Problemas de saúde mental podem criar mal-entendidos e distanciamentos entre parceiros, onde um não entende completamente as lutas do outro.
A comunicação aberta sobre saúde mental ainda é um tabu em muitas sociedades, o que pode levar a ressentimentos e isolamento dentro de relacionamentos amorosos.
A falta de entendimento ou empatia dos parceiros pode exacerbá-los ainda mais, dificultando a recuperação e o fortalecimento dos laços afetivos.
Discutimos várias estratégias que podem ser utilizadas para melhorar a saúde sexual e mental simultaneamente.
Sublinhei a importância de uma abordagem holística que considere todos os aspectos da vida do paciente. Tratamentos eficazes devem incluir não apenas medicamentos, mas também terapias comportamentais, exercícios físicos e um bom suporte social.
Parte essencial do tratamento é o empoderamento do paciente para participar ativamente de sua jornada de recuperação, escolhendo terapias que ressoem com suas necessidades e valores pessoais.
A saúde mental é um pilar fundamental não só para o bem-estar individual mas também para a saúde relacional e sexual.
Nossas discussões no podcast "Ecos da Intimidade" destacam a importância de tratar transtornos mentais com a mesma seriedade que outras condições médicas, promovendo uma abordagem integrada que valoriza tanto a saúde mental quanto a sexual.
Espero que este diálogo inspire indivíduos a procurarem ajuda sem medo e a viverem vidas mais plenas e satisfatórias, tanto emocional quanto fisicamente.
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Dr. Anderson Silva
Psiquiatra, Departamento de Psiquiatria da USP, Especializado em Saúde Mental da Infância e Adolescência.
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